Introdução Ao Livro Bion No Brasil: Supervisões e Comentários

E foi assim que tudo começou…Estávamos em 1973, por intermédio e influência de Dr. Frank Julian Fhilips, que fora analisando de Melanie Klein e Bion, e que, em São Paulo, analisava boa parte dos analistas membros efetivos da época, coordenou junto à diretora do Instituto, Dra Virginia Leone Bicudo, o convite para primeira vinda de Bion ao Brasil.

Em sua primeira visita, Bion hospedou-se na casa de Philips, que serviu como tradutor e intérprete de suas conferências. Dr. Frank Philips gozava de grande prestígio no meio psicanalítico e sua influência na Sociedade de São Paulo colaborou para abertura e aceitação das ideias de Bion. À época, contávamos com 122 membros – metade analisados pelo Dr. Philips –, 16 efetivos, 36 associados e 70 candidatos. Alguns já conheciam e estudavam as ideias de Bion, outros começaram, naquele momento, a conhecê-las. Entretanto, a série de conferências não se tratava apenas do contato com ideias, conceitos psicanalíticos a serem aprendidos. Algo muito mais importante aconteceu.

Por meio de conferências e seminários clínicos, os analistas Brasileiros foram sendo impactados, pela experiência com Bion, e pela vivência com as teorias que ele preconizava. O sentimento descrito por colegas que participaram desses seminários e conferências era de grande admiração. Houve um alvoroço muito grande na Sociedade. As supervisões eram muito concorridas…

Mas o que propriamente gerou nos analistas este estado? Esse impacto a que todos se referem e que semeou a profunda influência teórica e clínica na Sociedade de São Paulo, e em tantas outras dali nascidas? O sentimento foi o de que estávamos diante de uma experiência única, vendo e ouvindo uma pessoa muito especial: Sim! Bion, o Homem e o Pensador…